segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Elisabeth, das Musical ~♥

Começando hoje com a nova "série" de posts... Musicais!
O musical de hoje é Elisabeth.


Elisabeth, das Musical, é um musical criado por Michael Kunze (letras) e Sylvester Levay (música) que
conta a história de Elisabeth, da Áustria.


Pintura mais famosa de Sisi


Ok, quem foi Elisabeth, da Áustria?
Elisabeth Amalie Eugenie da Baviera nasceu em Munique, na Alemanha, no ano de 1837, na véspera do natal. 
Prima do Imperador da Áustria, Franz-Joseph I, o conheceu quando sua mãe, Ludowika (se lê Ludovica), foi convidada por sua irmã, a Arquiduquesa Sophie, mãe de Franz-Joseph, para ir com Helene, irmã mais velha de Elisabeth, à Bad Ischl. A intenção de Sophia era casar Helene, de 17 anos, com seu filho de 22 anos na época.



Quando o encontro se deu, Elisabeth, na época com 15 anos, chamou a atenção de Franz-Joseph que se apaixonou, à primeira vista, pela menina. O casamento se deu na Igreja de Santo Agostinho, em Viena, no ano seguinte.

Elisabeth sempre foi um "espírito livre" e teve grandes dificuldades em se adaptar às estritas regras da corte.
Gostava de escalar, galopar, como uma criança, o que lhe gerou diversos problemas na corte. Os membros não gostavam dela e sua sogra, a Arquiduquesa tentava a "domar" sempre.

Registros dizem que a Arquiduquesa tinha grande poder sobre Franz-Joseph e o mantinha sobre grande vigilância, sempre o fazendo seguir suas regras rígidas e, até mesmo, fazendo-o seguir suas ordens e decisões quando se tratava da vida pessoal do Imperador e política do país.

Por conta desse controle de Sophie, o casamento de Elisabeth se tornara infeliz, já que Franz-Joseph, mesmo sabendo que a mãe "torturava" Elisabeth, ficava sempre ao lado dela.
Sophie impedia Sisi (Elisabeth) de ver os filhos (acreditava que ela não sabia cuidar deles) e, inclusive, sem autorização da Imperatriz, nomeu a primeira criança de Sophie Francisca, em sua própria homenagem.

Num momento de desespero para ver os filhos Elisabeth exigiu que pudesse viajar com eles para a Hungria, aonde, Sophie, doente, morreu, o que contribuiu para o aumento da depressão de Elisabeth.

Depois de uma doença adquirida, que muitos acreditam ser por conta de uma traição do marido que havia contraído síflis, Elisabeth começou uma série de viagens e decidiu que usaria seu ponto mais forte para ganhar o apoio de seu marido... Sua beleza.

Sisi como rainha da Hungria

Então a obsessão dela pela beleza começou.
Elisabeth era anorexica e viciada em exercícios, além de manter os cabelos extremamente longos e tomar banhos de leite, dormir com bifes no rosto, usar máscaras de morangos prensados. Fazia as unhas diariamente com manicures e se pesava cerca de 3 vezes por dia.

Pesava 45 quilos e tinha 1,73 de altura.
Passava dias sem comer nada sólido, mandando que espremessem os alimentos para si.
Acreditava que o choque térmico lhe ajudaria a emagrecer e tomava banhos de vapor e logo em seguida banhos frios e tinha mania de colecionar fotos de mulheres bonitas para compará-las consigo mesma.
Para esconder o declínio de sua beleza ela se utilizava de leques grandes na frente do rosto, véus e sombrinhas, assim, acreditava, não lhe reconheceriam.

Em 1867 ela conseguiu seu único objetivo político... Ser coroada a Rainha da Hungria, país pelo qual ela tinha clara predileção.

Sua depressão aumentou quando, em 1889, Rudolf, seu único filho homem, foi encontrado morto em Mayerlinz junto de sua amante, a Baronesa Maria Vetsera.
Por anos a tese de suicídio foi sustentada porém, hoje em dia, se acredita que Rudolf foi assassinado por apoiar, assim como a sua mãe, o nacionalismo húngaro.

Depois da notícia da morte de Rudolf, a vida de Sisi se tornou uma sequência de longas viagens por vários lugares como Londres, Ilhas Madeira, Corfu, Budapeste, Grécia.
Escrevia poemas onde falava sobre suas viagens à Grécia e, em seu diário falava sobre sua solidão e sobre o fato de nunca ninguém ter lhe entendido:


"Perambulo solitária sobre a Terra há tempo, alienada da vida e do prazer; não tenho e nunca tive alma que me entendesse"

Em 1898 Sisi foi assassinada pelo anarquista Luigi Lucheni, em Genebra, quando estava prestes a embarcar em um navio para sua próxima viagem. 
Luigi a "esfaqueou" com uma lima, afiada a ponto de parecer um estilete,  com tamanha força que lhe quebrou duas costelas e perfurou-lhe o pulmão e cerca de 2,5 mm do coração.

Depois do golpe Elisabeth se levantou como se não sentisse dor alguma e embarcou no navio, desmaiando pouco depois. O navio atracou no cais outra vez e levaram a Imperatiz para o hotel onde ela acabou morrendo por conta de uma hemorragia interna. 

Luigi Lucheni, um italiano nascido em Paris, era anarquista e tinha plano de assassinar o Príncipe d'Orleans e se irritou ao saber que ele já havia saído da cidade. Perambulou até que um amigo lhe informou sobre a chegada de Elisabeth e lhe deu a idéia de matá-la. 
Ele confessou não ser motivado por razão alguma, seu único objetivo era matar, realmente, alguém da realeza, não importando quem.

Lucheni foi preso sem resistir, sorria a todos que se dirigiam a ele. Parecia orgulhoso de seu ato e, quando perguntado porque, ele respondeu:

"Porque sou anarquista. Porque sou pobre. Porque amo os operários e quero a morte dos ricos."

Ele foi encontrado, em sua cela, enforcado.
Até hoje não se sabe se foi assassinato ou suicídio.

O MUSICAL

O musical gira em torno dessa história trágica de Elisabeth, porém, os autores resolveram dar um motivo a mais para a depressão de Elisabeth.
Na história a Imperatriz se apaixona pela morte depois de um acidente que sofre na infância e a vê pela primeira vez.

A morte é representada por um belo rapaz, jovem, algumas vezes loiro, outras vezes moreno, e passa a história toda querendo fazer com que Elisabeth seja sua. 
Depois do casamento de Sisi e das diversas recusas, ele, enraivecido, decide começar um jogo que a levaria para si, fazendo da vida dela um inferno. Entre seus joguetes estavam a morte da pequena Sophie e o suicído de Rudolf que, quando adulto, é convencido por ele a se voltar contra o pai e, depois, se suicidar.

Depois da morte de Rudolf, Elisabeth, em depressão, implora que a morte a leve e ele se nega, continuando com seus jogos, incluindo, então, Luigi Lucheni!

Lucheni, influenciado pela morte ataca a Imperatriz e a mata, fazendo com que, então, os dois possam estar juntos pela eternidade.
O fim ambíguo nos deixa em dúvida sobre o que acontece com Elisabeth depois que ela é levada pela morte.

O musical começa pelo fim.
Luigi Lucheni no reino dos mortos é perguntado por um juiz a razão de ter matado a Imperatriz e começa a contar a história então.
Ele é o narrador e em boa parte do espetáculo não demonstra sofrimento, muito pelo o contrário, ele parece achar divertido as desgraças que acontecem com Elisabeth, demonstrando certo arrependimento apenas no fim, quando é mostrada a cena do enforcamento, ao fundo.

O musical começou em 1992. Até hoje em dia ele é apresentado, em diversos pontos da Alemanha e Áustria.
Os atores que faziam Elisabeth e Der Tod eram Pia Douwes e Uwe Kröger (o maior cantor de musicais alemão) e, em 2005 um revival foi gravado, agora com Maya Hakvoort, Máté Kamarás e Serkan Kaya como Lucheni (provavelmente o Lucheni mais expressivo).



Prolog - Luigi Lucheni (Serkan Kaya) sendo interrogado e se preparando para contar a história da Imperatiz Sisi. 





Jedem gibt er das seine / So wie  man plant und denkt - A primeira música mostra o grande poder que Sophie tinha sobre o filho e, na segunda, é mostrado como o plano de casar Franz-Joseph com Helene fracassou, já que o rapaz se apaixonara por Elisabeth.



Der Letzte Tanz / Eine Kaiserin - Na primeira música a Morte aparece para deixar claro a Elisabeth que ela seria dele, não importando como e, depois, temos Sophie começando sua sessão de "tortura" com Elisabeth no dia posterior ao casamento.



Unsre Kaiserin / Ich will dir nur sagen / Ich gehör nur mir - Aqui temos um pouco da rotina de beleza da Imperatriz, que tomava banhos de leite também e, logo depois ela aparece para mostrar ao marido sua independência e seu orgulho. 



Kitsch / Éljen / Wenn ich tanzen will - Na primeira música aparece Lucheni, como uma forma de fazer chacota, vendendo bugigangas relacionadas à vida de Elisabeth. Logo depois é a cena da coroação de Elisabeth e o marido como Rei e Rainha da Hungria e, por fim, o confronto dela com a Morte, que mostra a determinação, o orgulho e toda a independência que marcavam a vida da Imperatriz e, ao mesmo tempo deixam bem claro como ela se sentia triunfante de, finalmente, ter conseguido alcançar seu único objetivo político.



Rastlose Jahre / Die Schatten werder länger - A primeira música demonstra, de certa forma, as viagens de Elisabeth, que nunca terminavam. Na segunda música a Morte aparece para tentar convencer Rudolf a começar uma revolução contra o próprio pai.


Os vídeos restantes podem ser acompanhados ao seguir a ordem a partir do primeiro vídeo.
É claro que o musical fantasiou um pouco a história de Elisabeth, colocando um personagem para explicar toda a tristeza da Imperatiz, mas, ele não perdeu todas as referências histórias.
Para quem gosta de história, música e uma boa dose de arte, é perfeito!

Traduções
Todos os vídeos são do Revival de 2005. Os vídeos de 1992 são achados no youtube também e valem muito a pena ver!

3 comentários:

  1. Coitada por ter uma sogra dessas xD Eu hem.

    Nossa, ela era bem diferente dos padrões da época, né? 1,73 e 45kg é bem magra... ._. (eu peso 47 e tenho 1,57 ;T)

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  2. concordo com a amiga de cima aqui rsrsrs tadinha...

    adorei o blog...
    e as informações tbm...
    passa la no meu to seguindo aqui...
    http://sentimentosreais-nailpolish.blogspot.com/

    beijos , Mary..

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  3. Ah, que post magnifico!
    Falou sobre a maioria dos fatos importantes da vida dela sem ficar didatico e chato... Amei mesmo!!!

    beijocas da Mara da b-Side =D

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